Memória e contemporaneidade - Reabilitar, ampliar, integrar
A intervenção começou pela remoção das alterações desajustadas e pela recuperação dos elementos construtivos originais.
Devolveu-se ao edifício o seu caráter rural, depurado e autêntico, preservando as texturas do granito e a simplicidade volumétrica da casa.
A ampliação desenvolveu-se sobre as antigas ruínas anexas — outrora cortes de animais e arrecadações — convertendo-as em novos espaços habitáveis: um quarto, lavandaria e áreas técnicas.
A nova estrutura, em ferro aparente, afirma-se com linguagem própria, contemporânea, mas dialogante com o existente.
Os seus vazios são preenchidos por painéis de madeira “camisa e saia” e envidraçados, que equilibram transparência, textura e leveza.
Luz, paisagem e conforto
No interior, o projeto recompôs a organização funcional, criando uma habitação fluida, luminosa e confortável.
Os novos vãos foram posicionados com precisão, orientando o olhar sobre a paisagem e sobre a quinta, e garantindo iluminação natural em todos os compartimentos.
A antiga cozinha foi mantida e valorizada — com o forno e a lareira com fumeiro — como memória viva da casa original.
O conforto térmico é assegurado por um sistema de bombas de calor e ventilo-convectores, responsável também pela produção de água quente sanitária.
Em harmonia com a modernidade tecnológica, a lareira tradicional e o fogão a lenha mantêm-se como símbolos do conforto emocional e da identidade rural.
Síntese
A Casa de Quinta no Pico de Regalados é uma reinterpretação contemporânea da casa rural minhota, onde a tradição é tratada como matéria viva.
Um projeto que conjuga memória, técnica e paisagem — e devolve à arquitetura o sentido mais autêntico de habitar com raízes.