Os 9 apartamentos em Álvares Cabral resultam da reabilitação e da reconversão de uma moradia burguesa. O edifício, construído a partir de 1905, viu a sua imagem degrada e desfigurada ao longo dos tempos.
O edifício sofreu, ao longo do tempo, alterações e ampliações ao seu traçado original, que o descaracterizaram e desvalorizaram.
Entre elas estava a edificação total do logradouro original para aí desenvolver uma indústria de panificação. Fora construída uma cobertura em laje em betão armado sobre a totalidade do espaço exterior do prédio. E, assim, o jardim tinha sido eliminado.
Em consequência do negócio da venda do pão, que viria a funcionar durante décadas no rés do chão, é feito o “rasgamento” da fachada ao nível da rua, para aí criar uma a montra da loja e a sua porta de entrada.
Mais tarde, é feita substituição dos azulejos originais da fachada por outros cujo formato, volume, cor e brilho, também desvalorizaram a imagem inicial do edifício.
Noutro momento, são acrescentados volumes construídos às traseiras do edifício, além de outras alterações de circunstância. E, tal como nos outros casos, foi agravada a desqualificação de imagem da moradia original.
O projecto
Assim, o projecto dos 9 apartamentos em Álvares Cabral priorizou a requalificação da imagem do edifício e a reutilização dos seus espaço, destinando-o à habitação e ao alojamento local.
Nesse sentido, a fachada da rua, foi reformulada e reabilitada de modo enquadrar o edifício no espírito e no ambiente das moradias burguesas do início do séc. XX, da rua.
Foram removidas as construções adoçadas à fachada tardoz, precárias e muito degradadas.
A excepção foi a manutenção e requalificação do volume que tinha sido acrescentado ao nível do 2º andar. Reconheceu-se-lhe qualidade construtiva e potencial.
O volume da antiga fábrica foi reconfigurado em ordem à sua reutilização como habitação.
Assim, foram demolidas partes da laje cobertura da fábrica de pão para criar áreas descobertas. Estas, deram origem a jardins de uso privado dos apartamentos com eles confinantes.
Desagravou-se, portanto, a impermeabilização do solo. Iluminaram-se e ventilaram-se os apartamentos aí construídos, conferindo-lhes salubridade, conforto térmico e luminoso.
Nos andares, foi mantida grande parte da compartimentação interior existente.
No entanto, essa compartimentação foi ajustada ou removida sempre que era incompatível com a reutilização confortável dos espaços.
Da intervenção projectada resultaram oito apartamentos T0 e um T1. Quarto dos T0 foram destinados ao alojamento local.
Sublinha-se que a máxima reutilização das estruturas existentes resultou em grande redução de tempo de obra e custo.
Sustentabilidade
Neste capítulo, salienta-se que o desenvolvimento do projecto procurou a menor intervenção possível em paredes, pavimentos e coberturas existentes.
Em consequência, reduziram-se operações como demolições, o consumo de novos componentes de construção, a redução de transportes e produção de entulhos (e consequente redução de tratamento de resíduos), bem como a construção de novos elementos para as mesmas funções.
Por outro lado, o forte incremento em isolamento térmico de pavimentos, paredes, tectos, coberturas e vãos envidraçados, providencia eficiência energética ao longo da vida útil do edifício. Neste capítulo, as soluções adoptadas excluíram materiais compostos por derivados do petróleo.
Corte Longitudinal
Planta do Piso 0
Planta do piso 1
Planta do piso 2
Planta do piso 3
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